Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr. Primeiro Ministro e Membros do Governo, Sras. e Srs. deputadas/os
Atualmente, é prática comum em várias instituições de ensino superior que determinadas unidades curriculares recorram a um único momento de avaliação sumativa — o chamado exame final. Quando esta prática se repete em múltiplas unidades curriculares, os estudantes veem-se obrigados a estudar quantidades colossais de conteúdo académico num curto período de tempo no final do semestre, onde os exames finais normalmente ocorrem antes dos exames de recurso, comprometendo a aprendizagem significativa e potenciando situações de stress, exaustão e burnout académico.
No presente dia 20 de Junho de 2025, vários meios de comunicação social noticiaram conclusões a que o estudo "Ecossistemas de Aprendizagem Saudáveis nas Instituições de Ensino Superior em Portugal" do Observatório dos Ambientes de Aprendizagem Saudáveis e Participação Juvenil. O estudo atual revela que 40% dos alunos do ensino superior utilizam drogas psicotrópicas, enquanto um em cada dez recorre a anfetaminas ou substâncias estimulantes. Além disso, 61,6% dos estudantes admitiram ter experienciado fadiga física no último mês, 46,2% referiram sentimentos de irritação e 41,6% manifestaram tristeza. Por último, quase dois terços (65,5%) afirmam ter dificuldades em gerir aspetos que consideram essenciais na sua vida, 61,5% sentem falta de autoconfiança quando enfrentam os seus desafios, e mais de metade (59,4%) acredita que as situações adversas se acumulam ao ponto de se tornarem intransponíveis. [1]
Muito provavelmente, uma das causas de burnout entre os estudantes do ensino superior é a sobrecarga de conteúdo académico para estudar num curto espaço de tempo. Por isso, torna-se fundamental regulamentar os momentos de avaliação no ensino superior. Por outras palavras, extinguir os chamados exames finais em avaliação de período normal (com exceção dos exames de recurso), e passar a ter pelo dois momentos de avaliação sumativa, um a meio do semestre, e outro no final, em que será avaliada na 1º avaliação os conteúdos curriculares ensinados até à mesma e na 2º avaliação os conteúdos programáticos ensinados entre a 1º avaliação e a 2º avaliação.
Esta reformulação na avaliação possibilitará uma alocação mais justa do tempo de estudo ao longo do semestre, uma avaliação mais constante, justa e equitativa do desenvolvimento dos alunos e a diminuição da angústia psicológica ligada ao sistema educativo, favorecendo um clima de aprendizagem mais salutar. Trata-se da mais elementar justiça e bom senso a realização de provas de avaliação equilibradas e adequadas, sob pena de se perder o próprio objetivo da avaliação, que é aferir conhecimentos aprendidos e estudados pelos alunos, com estes a só incidirem sobre eles se tiver tempo e houver equilíbrio de facto.
Assim, peço que esta sugestão seja tida em conta com a necessária Celeridade, em prol do bem-estar académico, psicológico e humano de milhares de jovens universitários em Portugal.
Referências:
[1] - https://www.rtp.pt/noticias/pais/mais-de-metade-dos-universitarios-estao-em-burnout-e-40-consomem-psicotropicos_n1663429
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